sábado, 9 de agosto de 2008

À Terra, com amor.


Estamos cheios
De paixão, de ódio, de conveniências
Aqui nos falta
Paciência, penitência, inteligência
Não estamos
Para ouvir, restituir
Estamos
A usufruir, gozar, danar
Dormimos
A sonhar e depois de gozar
Acordamos
Antes de trabalhar, chorar e velar
Sempre no ritmo
Na batida incansável
Dos punhos do ponteiro
Contra a porta dos teus cabelos brancos
Respiremos
Ainda há muito para chorar
Acordados e inconscientes
Ignorando que somos humanos
E, brevemente,
A alegria da terra
Em braços de cova nos recebe
Agora sim, para sempre
Amor eterno.

Nenhum comentário: