Sacode tuas vestes
Quem sabe encontra algo que preste
Não a tua carne
Repousa debaixo destes panos
Nua carne
Sossego deste insano
Vamos, sacode essa saia
Que de ti esvaia
Meus licores
Fruto deste dia em ardores.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
domingo, 29 de junho de 2008
Vai chegar o momento
sábado, 28 de junho de 2008
Repetição?
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Inda a Não Saber
Inda não sei a que vim a este mundo
Não sei
Quem sabe um dia estátua serei
Aqui, vivo sem descobertas
Sempre com as chagas abertas
O corrimão de descida do choro
São essas linhas lidas
Inda não consegui encontrar o motivo
Mas aqui estou, por vezes altivo
Em outros torpes rostos
A desolação do gesto
É fato
É ato
A singela e única acompanhante
Não possui semblante
Por vezes fugidia
Esconde-se e ria
Ah, vazia constelação que sobrou
Do brilho de inda não saber porque aqui estou.
Não sei
Quem sabe um dia estátua serei
Aqui, vivo sem descobertas
Sempre com as chagas abertas
O corrimão de descida do choro
São essas linhas lidas
Inda não consegui encontrar o motivo
Mas aqui estou, por vezes altivo
Em outros torpes rostos
A desolação do gesto
É fato
É ato
A singela e única acompanhante
Não possui semblante
Por vezes fugidia
Esconde-se e ria
Ah, vazia constelação que sobrou
Do brilho de inda não saber porque aqui estou.
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Mito
As bocas se fazem ocas
A mente confusa
Aproximar olhos e bocas
Narizes e rostos em forma difusa
Confundiram-se em mente
Aqui ajoelhei
Ao chão passei rente
Perpasso os lábios
Refaço trajetos em perna
Pobres sábios
Buscando sempre a Hidra de Lerna
Não há jeito
É confusão
É muito rosto e peito
Pra pouca lembrança na mão.
A mente confusa
Aproximar olhos e bocas
Narizes e rostos em forma difusa
Confundiram-se em mente
Aqui ajoelhei
Ao chão passei rente
Perpasso os lábios
Refaço trajetos em perna
Pobres sábios
Buscando sempre a Hidra de Lerna
Não há jeito
É confusão
É muito rosto e peito
Pra pouca lembrança na mão.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Aberto ao Desalinho
E a vida vai se adequando
Caminhei um tanto pra seguir andando
Coloquei ponto a castrar
Quando linhas de verso estiquei
Não devia recomeçar
Mesmo assim tentei
Abri as ruas em intento
Mudei muito em pouco tempo
Apareceu ontem e nada restava
Surgiu quando não esperava
Me bagunça a casa
Desordena os móveis e arrasa
Puxei cadeira pra que sentasse
Se atirou no sofá como se não restasse
Arrumei mesa pro jantar
Se banqueteou em meu chão sem pesar
Não adianta
Por mais que tente nos organizar
O caos é nosso azar
Não penso mais em busca
Desisto de ordenar
Agora só
Permaneço em porta
Abro o coração
E sigo a esperar
Caminhei um tanto pra seguir andando
Coloquei ponto a castrar
Quando linhas de verso estiquei
Não devia recomeçar
Mesmo assim tentei
Abri as ruas em intento
Mudei muito em pouco tempo
Apareceu ontem e nada restava
Surgiu quando não esperava
Me bagunça a casa
Desordena os móveis e arrasa
Puxei cadeira pra que sentasse
Se atirou no sofá como se não restasse
Arrumei mesa pro jantar
Se banqueteou em meu chão sem pesar
Não adianta
Por mais que tente nos organizar
O caos é nosso azar
Não penso mais em busca
Desisto de ordenar
Agora só
Permaneço em porta
Abro o coração
E sigo a esperar
terça-feira, 24 de junho de 2008
Vai Ruir
segunda-feira, 23 de junho de 2008
Indelével
sábado, 21 de junho de 2008
Antes De
Desconstruo nossa imagem
Longa trajetória perene
Prenhe de querer
Outro ao lado de um morrer
Desisto das rimas
As desconstruí também
Perdi-me no afazer
Tentei em vão entender
Quê era aquilo devorar
Voraz me pus em meu lugar
Sento e aguardo
Resguardo
Suo momentos que virão
Sudorese de antemão
Veio antes do gozo.
Precoce e desastroso!
Longa trajetória perene
Prenhe de querer
Outro ao lado de um morrer
Desisto das rimas
As desconstruí também
Perdi-me no afazer
Tentei em vão entender
Quê era aquilo devorar
Voraz me pus em meu lugar
Sento e aguardo
Resguardo
Suo momentos que virão
Sudorese de antemão
Veio antes do gozo.
Precoce e desastroso!
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Visita
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Acontece...
Acordei sem rima
Nem mesmo uma que seja cretina
E não me anima
Não te quero em cima
Só me saem
Estes terços mal feitos
De mim esvaem
Feito regurgitos estreitos
Não adianta!
Mesmo tua saia que levanta
Nada me livra dessa sina
De hoje, justo hoje, acordar sem rima.
Desculpe a brochada
Isso nunca aconteceu,
Juro amada!
Nem mesmo uma que seja cretina
E não me anima
Não te quero em cima
Só me saem
Estes terços mal feitos
De mim esvaem
Feito regurgitos estreitos
Não adianta!
Mesmo tua saia que levanta
Nada me livra dessa sina
De hoje, justo hoje, acordar sem rima.
Desculpe a brochada
Isso nunca aconteceu,
Juro amada!
terça-feira, 17 de junho de 2008
Minha Noite
Minha noite ideal
Pra ti soa sem sal
Em mim é verdadeiro carnaval
Um livro, cigarros e idéias ligeiras
Deslizam em linhas rasteiras
Assim é minha madrugada
Não necessito de cruz ou espada
Assim só, atravesso mais uma noite
Em versos, embriaguez e teu açoite
Se não tenho tempero
É porque em ti
Me acabei inteiro
Madrugada ideal
Enlouqueci, qual o mal?
Pra ti soa sem sal
Em mim é verdadeiro carnaval
Um livro, cigarros e idéias ligeiras
Deslizam em linhas rasteiras
Assim é minha madrugada
Não necessito de cruz ou espada
Assim só, atravesso mais uma noite
Em versos, embriaguez e teu açoite
Se não tenho tempero
É porque em ti
Me acabei inteiro
Madrugada ideal
Enlouqueci, qual o mal?
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Nem tanta inocência
Por ora
Sem demora
Solto meu depoimento
Complemento ao dia cinzento
Triste hoje sou não
Sorriso cravou
Contraria minha sanção
Chorar cá não vou
Vim declarar
Que a pena a mim imposta
Sentir a face corar
Quando em mim beijo encosta
Inocência ainda tem lugar
Estranho sentido
Pós-moderno amar
Desconstruí o que em mim havia sido
Na modernidade chorar
Agora é isso
Meu e teu compromisso
Infantil resquício
Mãos dadas sem vício
Dá-me um selinho
Um desses em folhetim repleto
E um pouco de vinho
Inocência total soa meio incorreto.
Sem demora
Solto meu depoimento
Complemento ao dia cinzento
Triste hoje sou não
Sorriso cravou
Contraria minha sanção
Chorar cá não vou
Vim declarar
Que a pena a mim imposta
Sentir a face corar
Quando em mim beijo encosta
Inocência ainda tem lugar
Estranho sentido
Pós-moderno amar
Desconstruí o que em mim havia sido
Na modernidade chorar
Agora é isso
Meu e teu compromisso
Infantil resquício
Mãos dadas sem vício
Dá-me um selinho
Um desses em folhetim repleto
E um pouco de vinho
Inocência total soa meio incorreto.
domingo, 15 de junho de 2008
Contrato
Rachei os lábios ao escancarar
Estiquei pra beijar
Ressequidos desacostumaram a outros tocar
Hidrata na saliva do riso
Esse beijo ressequido agora liso
Fonte de tantos sorrisos
Agora só incisos
Do contrato escrito na cortina de sal imprecisos
Choro perdido, cortinas nesse palco de rosto
Sorrisos figurantes passam em deposto
Cena de tristeza
Contraria em amor a pureza
Script seguido à risca
Atenta ao espetáculo nem pisca
Rosto palco dessa inglória
Palco da memória
Triste essa nossa história.
sábado, 14 de junho de 2008
Prescrição Poética para o Mal da Ausência
Pingue em ti a conta-gotas estas palavras:
Ar
Frio
Respire
Fundo
Sinta
Nele
Poder
Gélido
Indiferente
Ausência
Tua
Em mim, vasilha de palavras
Encontra-as todas em gotas
A formarem a substância dessa separação.
Homogêneas, difusas, gotas dizem:
“sente um ar frio te invadir as entranhas e verás
o que significa acordar
sem tua nuca desnuda a me velar.”
Ar
Frio
Respire
Fundo
Sinta
Nele
Poder
Gélido
Indiferente
Ausência
Tua
Em mim, vasilha de palavras
Encontra-as todas em gotas
A formarem a substância dessa separação.
Homogêneas, difusas, gotas dizem:
“sente um ar frio te invadir as entranhas e verás
o que significa acordar
sem tua nuca desnuda a me velar.”
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Muitas
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Centrei
Por que esta raiva em ti cidade?
Nada houve, tudo está em seu lugar, não há novidade.
Raiva surgiu.
Não entendes por onde ela te seguiu
Mas sabes onde ela atingiu.
Em cheio agora te corrói o peito,
Forma angústia em frases de efeito.
Tudo está exatamente do mesmo jeito que outrora
Feriram teu orgulho por agora?
Mimado menino, não chora.
A atenção que pensavas ter
É agora compartilhada em outro ser?
Como podes ver nisto novidade?
Esta é a vida meu caro
Bem se vê que tens pouca idade
Agora como Copérnico
A grande descoberta,
Em boca aberta
não és o centro do mundo!
Pobrezinho de inocência imundo
Sorte tua,
Há muito já foi
A inquisição solta à rua
Poucos séculos atrás
Irias à fogueira meu rapaz!
Nada houve, tudo está em seu lugar, não há novidade.
Raiva surgiu.
Não entendes por onde ela te seguiu
Mas sabes onde ela atingiu.
Em cheio agora te corrói o peito,
Forma angústia em frases de efeito.
Tudo está exatamente do mesmo jeito que outrora
Feriram teu orgulho por agora?
Mimado menino, não chora.
A atenção que pensavas ter
É agora compartilhada em outro ser?
Como podes ver nisto novidade?
Esta é a vida meu caro
Bem se vê que tens pouca idade
Agora como Copérnico
A grande descoberta,
Em boca aberta
não és o centro do mundo!
Pobrezinho de inocência imundo
Sorte tua,
Há muito já foi
A inquisição solta à rua
Poucos séculos atrás
Irias à fogueira meu rapaz!
quarta-feira, 11 de junho de 2008
É pouco
terça-feira, 10 de junho de 2008
Linguagem
Poliglota afônico
Sei a comunicação
Não sôo desarmônico
Só me perco em tua mutação
Quando achei
Nas mil línguas
Que a tudo provei
Perdido em mínguas
Contraria minha sapiência
Sem a mínima decência
Mostra a cada beijo em via
Palavras que desconhecia
Outra linguagem
Diferente de tudo
Contraria o mundo que tinha em imagem
Me faz mudo.
Sei a comunicação
Não sôo desarmônico
Só me perco em tua mutação
Quando achei
Nas mil línguas
Que a tudo provei
Perdido em mínguas
Contraria minha sapiência
Sem a mínima decência
Mostra a cada beijo em via
Palavras que desconhecia
Outra linguagem
Diferente de tudo
Contraria o mundo que tinha em imagem
Me faz mudo.
segunda-feira, 9 de junho de 2008
Não Pode
domingo, 8 de junho de 2008
Um momento, já volto.
Se agora sou teus sonhos
É porque não soube
Perdi-me em surto enfadonho
A ti culpa não coube
Escapei da missão
Me fui pela tangente
Em nome da diversão
Fugi de nosso presente
Arrependimento não sei fazer
Escolho um ponto e luto
Mesmo que agora me fique a roer
E nessa noite te exulto
Crueldade
Longe em outra cidade
Maldade
Menos sarcasmo minha cara, por piedade.
É porque não soube
Perdi-me em surto enfadonho
A ti culpa não coube
Escapei da missão
Me fui pela tangente
Em nome da diversão
Fugi de nosso presente
Arrependimento não sei fazer
Escolho um ponto e luto
Mesmo que agora me fique a roer
E nessa noite te exulto
Crueldade
Longe em outra cidade
Maldade
Menos sarcasmo minha cara, por piedade.
sábado, 7 de junho de 2008
Co-Respondência
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Involuo
Como nesses dias me aproximo
Fraca linha da evolução
Na origem arrimo
Macaco irracional em ação
Não cesso a busca
De uma virgem mãe inexistente
E como isso ofusca
Qualquer novo amor latente
Volto a proteger
Um território que nunca tive
Vocifero internos fantasmas sem querer
A fêmea intocável não vive
Perda de tempo precioso
Involução total
Deixo meu amor ocioso
Babaquice de ser humano mortal
E fico eu preso
Jaula moral
De ti esqueço
Não te dou direito à história, perdeste meu aval.
Desculpe minha descendência
Fraco sou às tuas anteriores indecências.
Fraca linha da evolução
Na origem arrimo
Macaco irracional em ação
Não cesso a busca
De uma virgem mãe inexistente
E como isso ofusca
Qualquer novo amor latente
Volto a proteger
Um território que nunca tive
Vocifero internos fantasmas sem querer
A fêmea intocável não vive
Perda de tempo precioso
Involução total
Deixo meu amor ocioso
Babaquice de ser humano mortal
E fico eu preso
Jaula moral
De ti esqueço
Não te dou direito à história, perdeste meu aval.
Desculpe minha descendência
Fraco sou às tuas anteriores indecências.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Minhas Paredes, obra sem fim.
Não vejo razão dessa angústia
Arrepio que me agita as costelas
Minha construção
Minha construção
Não chegou ao reboco
Planta baixa de mim
Vejo que sou cômodos
Traçados, planejados, bem dispostos
Não executados
Planta baixa de mim
Vejo que sou cômodos
Traçados, planejados, bem dispostos
Não executados
Não erguidos
É meu sono
Engano repouso
A razão de acordar
Casou-se com o mestre-de-minhas-obras
Em planta baixa me quedei
Em desenho um acômodo perfeito
De minhas paredes fiquei preso estreito.
É meu sono
Engano repouso
A razão de acordar
Casou-se com o mestre-de-minhas-obras
Em planta baixa me quedei
Em desenho um acômodo perfeito
De minhas paredes fiquei preso estreito.
Quem vos concedeu o direito?
Reformar sem acabar?
Não há jeito.
Não há jeito.
Antes deves me acordar
A obra terminar
Depois, podes me habitar.
A obra terminar
Depois, podes me habitar.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Casório ou Velório?
terça-feira, 3 de junho de 2008
Superficial
A muitas dou as mãos
Multiplico meu olhares
Todos vãos
Sempre sem pesares
Não sou egoísta
A todas reservo um quisto
Niilista?
Não, apenas bem visto
Caríssimas
A todas arranjo
Muitíssimas
Carícias de arcanjo
Suave a várias
Verdeiro a poucas
Torturo sem precárias
As faço loucas
Mas sofro contudo
Como poucos
Só, quieto e mudo
Soluço solto, xingamento rouco
Grito contido, contíguo, contigo
Grito comigo.
Multiplico meu olhares
Todos vãos
Sempre sem pesares
Não sou egoísta
A todas reservo um quisto
Niilista?
Não, apenas bem visto
Caríssimas
A todas arranjo
Muitíssimas
Carícias de arcanjo
Suave a várias
Verdeiro a poucas
Torturo sem precárias
As faço loucas
Mas sofro contudo
Como poucos
Só, quieto e mudo
Soluço solto, xingamento rouco
Grito contido, contíguo, contigo
Grito comigo.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Par
Alguém em quem confiar
Boa questão
Em outro deixar-se levar
Sem mínimo não
Difícil tormenta
Pular cortês
A onda rebenta
Certeza em menos de mês
Como não ter paúra
Do par azul em teia
Que vira miúra
Sempre sem lua cheia?
A paz é pele solta
Alva em mim envolta
E negros fio a fio
Escorrem cabelos a leito de rio
Juntos, alvo negro e anil
Forçam em mim outro brio
Deito nesse leito
Feliz, durmo entre meu e teu peito.
Boa questão
Em outro deixar-se levar
Sem mínimo não
Difícil tormenta
Pular cortês
A onda rebenta
Certeza em menos de mês
Como não ter paúra
Do par azul em teia
Que vira miúra
Sempre sem lua cheia?
A paz é pele solta
Alva em mim envolta
E negros fio a fio
Escorrem cabelos a leito de rio
Juntos, alvo negro e anil
Forçam em mim outro brio
Deito nesse leito
Feliz, durmo entre meu e teu peito.
domingo, 1 de junho de 2008
Astúcia
Envelhecer
Um a um desfiar os anos
Próximos de morrer
Ao ponto final resolutos vamos
Não há escolha
Não há o que faças
É vazão sem rolha
É a busca às traças
Esse é socializado
Tempo é pra todos
Mesmo pros que de lado
No espelho lotam a cara de lodos
Fuga estúpida, puro desmando
Sono de quem não acorda
Estás desfiando...
É a última linha de tua corda
Que fazes com tuas horas?
A finitude desse minuto
É pouco pro tanto que choras
Sorria, sê astuto.
Um a um desfiar os anos
Próximos de morrer
Ao ponto final resolutos vamos
Não há escolha
Não há o que faças
É vazão sem rolha
É a busca às traças
Esse é socializado
Tempo é pra todos
Mesmo pros que de lado
No espelho lotam a cara de lodos
Fuga estúpida, puro desmando
Sono de quem não acorda
Estás desfiando...
É a última linha de tua corda
Que fazes com tuas horas?
A finitude desse minuto
É pouco pro tanto que choras
Sorria, sê astuto.
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