sábado, 24 de janeiro de 2009

Há tempo, sempre.


Jocosa existência!
Em manhã da mais pura cadência
Brinca comigo
Surpresa em tamanha decência!

Passo a passo
Pernas conjuntas
Olhares de regaço
Ambos, vencidos pelo cansaço

Eram quatro
Fizeram-se duas
E juntas rasgaram o amanhecer
Cerraram o sol pelas ruas

Os sorrisos embevecidos
Acumularam anos e meses
Outrora juvenis e vencidos
Pelo tempo eram ensaiados mil vezes

Mas, quem diria!
De tanto ensaio
De tanto erro
Em tanta escrita e pouca guia

A carta não ida
Era a missiva de amor recebida

Não havia lá o que ler
Era cedo
Preciso antes
Era crescer

Na porta fechada
Duas leves batidas
Lembra?
A carta não respondida?
Guardei-a
Comigo ficou toda vida

Foi de medo...
Mas também... era tão cedo!

Restou uma sombra
Guardada na retina
E ela ali, ainda tão menina

Corou, chorou e doeu
Daquelas palavras tantas
Correu a pequenina
Correu

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