quinta-feira, 17 de julho de 2008

Empregados


Operário adentra as paredes que ergueu
Concreto, tijolo a tijolo as reconhece a cada palmo de reboco
Paredes sólidas, casa abrigo
Sua morada castigo

Adentro a leitura das linhas erguidas em versos
Letras, palavra a palavra reconheço a cada palmo de folha reverso
Versos firmes, abrigo breu
Morada tosca que poeta ergueu

Operário e poeta absortos
Proletário em sustento pros outros
Poeta iludindo os estetas
Em projeto cada qual suas metas

Erguem abrigos em séries
Proteção das intempéries

Palavras tijolo
Tijolos de palavra
Em concreto afeto
Perder o teto ilusão só e abjeto

Operário recusa teu salário
Façamos em conjunto um corolário

Poeta recusa esse esteta
Leguemos à vida outras metas

Se foram os abrigos
Poesia e obra concreta antes amigos
Agora vão!
À mercê ficamos, em vida e perigos

Meus caros,
Sobrevivência à parte
Esta é a caótica vida em arte.

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