terça-feira, 22 de julho de 2008

Azul


Aportar a este cais é ordem nova
É buscar outros ares em continente que desconheço
Explorar novo território sem pensar se mereço

Desenhar sua cartografia
Ver praias, ilhas, prados e terras filhas

A cada caminho de carícia outro torrão de mulher o horizonte oferece
A cada palmo de pele, tenras terras o sol poente aquece

Aos pés descalços desses lábios curiosos
Pôr-de-sol despede em laranja luz
Descalça boca, minha boca

Terra nova, terra nua
Alma crua

Ao abraço de ventos desgoverno calores de incipiente aridez
Futuro implacável, em deserto não se perde a vez

Em tempestades de suor se esvai a ordem do dia
Explorar persistente sem cessar

Resta a inefável sensação de um continente sem nome, sem dono
Terra nova, terra nua
Pêlos e pele tua.

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