segunda-feira, 2 de março de 2009

Me despedindo esperava


a existência é nossa
a curva não fomos nós que desenhamos

o desvio da rota, a fuga

o barco afasta-se do porto
no vão, entre barco e porto, perdemo-nos

o último aceno de um desconhecido foi para ambos
destarte
não somos mais continente ou bóia
à deriva estamos

somos das correntes marítimas,
a elas
e somente a elas pertencemos

por entre os vagalhões do alto mar poderemos estar para sempre

mas não!

nego-me a perder a vontade, a deixar-me levar inerte
tomo conta de mares e correntes
e assim, sem barco ou porto
levarei a ambos, eu e tu
em direção a nós mesmos
adentraremos um ao outro
e, nesse território que é só nosso
conseguiremos ser sinceros
reconheceremos

que eu te esperava
a cada aceno que dava.

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