quarta-feira, 14 de maio de 2008

A Ribeirão Preto


A estranheza que essa cidade causa
Aos meus passos desdenha
Por mais que por aqui faça pausa
Minha personalidade desenha

Cada esquina que passo
Não há registro na memória
Nem mesmo um saudoso abraço
Nada faz parte da minha história

Estranha rudeza
Sinto a cada rua
Pelo menos não há tristeza
Nessa terra vermelha e nua

Encravada no canavial
Centro de coisa alguma
Apenas não me faça mal
Dê a chance, ao menos uma

Sinto que pertenço a nada
Nem a ti vermelho pó
Nem a minha distante terra dada
Por este tempo aqui vivo e só
O futuro guarda outros urbanos
Por isso aqui não faço planos

Apenas me sirvas
Esquisita ilha
De mordaça viva
Desse sorriso meu que pilhas

Mas espera que me esmero
De mim não roubas
Este último riso sincero.

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