domingo, 2 de agosto de 2009

Segue


enquanto desperdiço alguns minutos esperando um sinal
o tempo segura-se às cinzas
e uma vida inteira é pouco para o tanto de dias que necessito

temo o futuro
temo a mudança no mirar
o olhar furtivo para o relógio
temo tanto, temo tudo, tenho tudo
aos pés

uma linha eterna até onde deixo de enxergar
até a morte, até o fim.
esse eu temo menos

meu medo está em ti diversa
em ti velha
em nós depois
por favor, não olhe no relógio quando eu levantar-me da mesa
mas não faça isso por pedido meu

mesmo depois
quero que envelheças ao redor do teu olhar
prometo deixar o relógio em um canto qualquer
e achar que vale à pena não ser títere
pois há tanto por vir, começo agora.



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